Fato relevante: quer pagar quanto?
Já virou regra em nosso mercado de capitais: na dúvida não publica
o fato relevante. A publicação só acontece quando o assunto já foi manchete até
do Diário de Pindamonhangaba; após uma troca sínica de ofícios entre a CVM e o
DRI a empresa publica o tal Fato Relevante do assunto requentado.
Ato contínuo, o sonolento Xerife abre um PAS e o DRI separa R$ 400
mil para fechar um acordinho, um terminho de compromisso sem confissão de culpa
(https://valor.globo.com/empresas/noticia/2025/03/12/cvm-abre-processo-contra-diretor-financeiro-do-gpa-diz-jornal.ghtml). D&O existe para isso.
Foi o que vimos mais uma vez com o caso de fechamento de capital
do supermercado francês, pois depois que o conselho de administração da empresa
aprovou em 17/1/25 a criação de um Comite Independente para conduzir as
negociações para fechamento de capital, o papel disparou sem que um fato
relevante fosse publicado. Depois da disparada do papel e a profusão de
notícias na imprensa especializada, a empresa literalmente saiu à francesa e
fez a devida publicação no dia 11/2/25, quase um mês depois do acontecimento. Tem
tudo para dar confusão, nos diz a jornalista Ana Paula Ragazzi (no link https://braziljournal.com/minoritarios-questionam-preco-e-timing-da-opa-no-carrefour-brasil/).
Silêncio, não acordem o Xerife. Isso só confirma que ninguém
respeita a nossa sonolenta autoridade, especialmente os DRIs: CVM, o ombro
amigo, a mão que afaga.
Abraços fraternos,
Renato Chaves
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