Recuperação judicial em empresas listadas: não cobrem coerência.


Casos que merecem profundos estudos acadêmicos sobre “grandes empresas em recuperação judicial” (eram 22 em 2023 segundo levantamento do site InvestNews - https://investnews.com.br/financas/light-americanas-e-mais-16-empresas-seguem-em-recuperacao-judicial/):

·        Empresa lucrativa em recuperação judicial tem a falência decretada pelo administrador judicial, sob protestos de acionistas (https://valor.globo.com/empresas/noticia/2025/02/11/acionista-trava-batalha-contra-administrador-judicial-para-evitar-falncia-da-teka.ghtml);

·        briga de foice em quarto escuro entre familiares (https://valor.globo.com/empresas/versus/post/2025/02/versus-rossi-contra-os-rossi-acirra-disputa-na-companhia.ghtml);

·        a boa e velha Bombril, uma fonte eterna de dinheiro para controladores malandros (https://www.contabeis.com.br/noticias/69387/bombril-pede-recuperacao-judicial-para-lidar-com-dividas-bilionarias-entenda/);

·        empresa aérea é feita para falir, já dizia o ilustre professor Epaminondas (recuperação judicial nos EUA - https://veja.abril.com.br/economia/gol-fecha-acordo-para-sair-da-recuperacao-judicial-nos-estados-unidos e a outra empresa nacional quase vai no mesmo caminho - https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/fernando-nakagawa/economia/negocios/azul-chega-a-acordo-com-92-dos-credores-que-abrem-mao-de-r-3-bilhoes/);

·        e o curioso caso de uma empresa que apresenta um PL negativo desde 2012 (ou antes disso – algo a se pesquisar com mais profundidade), tendo vivido uma recuperação judicial de 2007 a 2020, sem que a auditoria externa escreva uma linha sobre o risco de continuidade do negócio (PAA passou longe). E olha que não são valores desprezíveis – o furo no PL passa de R$ 1,8 bilhão com um capital social de míseros R$ 58 milhões. Será que os minoritários são ricos e não ligam para dividendos? E os controladores, vivem de que? Será que existem contratos entre partes relacionadas que não são divulgados/ninguém vê? (https://www.jb.com.br/economia/noticias/2007/03/21/aprovado-plano-de-recuperacao-da-sansuy.html)

Definitivamente não cobrem coerência quando o assunto é empresa listada em recuperação judicial.

Pois é, parece que antes de pensarmos em descarbonizar nossas empresas temos é que aplicar uma boa dose de água sanitária, pois a luz do sol não está sendo suficiente para desinfetar o nosso mercado de capitais ("A luz do sol é o melhor dos desinfetantes" nos disse Louis Brandeis, ex-juiz da Suprema Corte dos EUA).

Abraços fraternos,

Renato Chaves

Comentários

  1. Tive um professor de finanças que dizia que havia 3 tipos de empresas aéreas: as que já faliram, as que estão falindo e as que vão falir... Talvez tenha sido aluno do prof. Epaminondas...

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  2. FRC issues updated guidance to support going concern reporting - https://www.frc.org.uk/news-and-events/news/2025/02/frc-issues-updated-guidance-to-support-going-concern-reporting/

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