Ajustes contábeis: quem paga a conta?
Ágio não confirmado, derrota de teses tributárias, etc., etc.
Todos sabem que planilha em branco aceita qualquer número,
qualquer desaforo, desde que acompanhada de slides de Powerpoint e um hábil
executivo para “vender o peixe”. E que executivos ávidos por bônus são capazes
de exagerar no otimismo.
A verdade é que na hora de uma aquisição/fusão os executivos
vendem o projeto como sendo o último biscoito (ou bolacha) do pacote. Mas exemplos
de operações ruins não faltam: The Body Shop/Aesop na Natura (https://pipelinevalor.globo.com/negocios/noticia/natura-vende-the-body-shop-por-um-quinto-do-que-pagou-ha-seis-anos.ghtml e https://exame.com/invest/mercados/natura-vende-aesop-para-loreal-por-us-252-bilhoes/), Coca Cola e BRF e suas trapalhadas com lácteos (https://globorural.globo.com/negocios/noticia/2024/04/nove-anos-apos-estreia-coca-decide-sair-do-segmento-de-lacteos-no-pais.ghtml e https://istoedinheiro.com.br/por-que-a-brf-vendeu-o-negocio-de-lacteos-para-a-lactalis/) e integração do Big no Carrefour (https://exame.com/insight/especial-em-digestao-dificil-do-big-carrefour-perde-share-e-fecha-lojas-recem-convertidas/p).
Tempos depois é um tal de “veja bem”, “as sinergias imaginadas não
se concretizaram”, “culpa da China”, “fatores macroeconômicos nunca vistos” e
blábláblá, blábláblá, blábláblá ...
A questão é se, após uma baixa contábil de quase R$ 3 bilhões
(caso recentemente divulgado - https://exame.com/insight/soma-faz-baixa-contabil-de-r-3-bi-na-hering-nao-pagamos-caro-diz-cfo/p), os executivos devolveram, proporcionalmente, os bônus recebidos
nos tempos de otimismo desenfreado.
O investidor como sempre paga a conta.
Abraços fraternos,
Renato Chaves
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