Insider trading: a ocasião faz o ladrão?
Cinco notícias fresquinhas relacionadas com a famigerada prática
de insider trading colocam em dúvida o efetivo poder intimidatório dos
reguladores; fica evidente que ninguém tem medo de regulador.
Levantamento da BSM revela que a prática de insider trading
figurou em 2º lugar no ranking de denúncias recebidas em 2023, praticamente
empatada com indícios de manipulação de mercado (https://veja.abril.com.br/coluna/radar-economico/crescem-denuncias-de-manipulacao-do-mercado-financeiro).
Pois é, até o profissional que deveria atuar como o guardião da
regulação figura em manchetes de prática desse crime. E o mais singular nesse
episódio foi a alegação da defesa do advogado brasileiro preso nos EUA: “Os
advogados de Costa Neto argumentaram que, mesmo sendo o “insider trading”
proibido no Brasil, raramente condenam réus brasileiros à prisão por essa
conduta. Eles citaram um estudo que encontrou apenas um caso de “insider
trading” no Brasil entre 2008 e 2018 que resultou em prisão. E mesmo assim,
essa sentença foi posteriormente convertida em prestação de serviços
comunitários. Eles reconheceram que isso não justifica a conduta de Costa Neto,
mas enfatizaram que compreender como a sociedade brasileira vê a punição
apropriada para esse delito fornece um contexto necessário para suas ações (https://blocktrends.com.br/brasileiro-acusado-insider-trading/)”.
Ou seja, por aqui ninguém leva regulador a sério.
A 3ª notícia traz a figura de um meliante cuja defesa tenta
sensibilizar a Justiça com uma estratégia de “humanização” dessa “besta negociadora”.
Pena esperada: até 10 anos. (https://valor.globo.com/financas/noticia/2024/02/15/a-curiosa-historia-do-insider-trader-que-trabalhava-num-supermercado-nos-fins-de-semana.ghtml).
Teve piloto de helicóptero espertinho que deve pegar 25 anos de
cana (https://valor.globo.com/financas/noticia/2024/02/26/piloto-de-bilionario-se-declara-culpado-de-uso-de-informacoes-privilegiadas.ghtml) e, fechando com chave de ouro, o cômico caso do marido que
negocia irregularmente com base em informações roubadas da esposa. Será que
Hollywood irá refilmar “dormindo com o inimigo”?
Abraços fraternos,
Renato Chaves
Seria hilário se não fosse vergonhoso para o mercado de capitais e os 'órgãos de controle' (?) brasileiros!
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