B3, Novo Mercado e a régua moral pra lá de flexível.
A notícia de proibição de uso pela fraudadora
Americanas S.A. do selo “Novo Mercado” foi aplaudida por muitos (https://valor.globo.com/financas/noticia/2023/11/08/em-deciso-indita-b3-determina-que-americanas-no-poder-usar-selo-do-novo-mercado.ghtml),
mas infelizmente esconde uma hipocrisia sem tamanho: basta conferir a lista de
empresas desse nobre segmento de listagem.
Não menos do que outras 5 empresas foram flagradas pelo
pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos (traduzindo para o bom
português – suborno/propina/jabaculê/faz-me-rir/molhadela/xixica) ou pela
apuração de vultosos “erros contábeis”. São elas: BRF S.A. (https://www.infomoney.com.br/mercados/brf-brfs3-fecha-acordo-de-leniencia-de-r-5839-milhoes-por-operacao-carne-fraca/), CCR S.A. (https://valor.globo.com/empresas/noticia/2019/03/07/ccr-fecha-acordo-de-leniencia-no-pr-e-pagara-r-750-milhoes-por-corrupcao.ghtml), CVC (fraude ou erros
contábeis? - https://www.moneytimes.com.br/cvc-erros-contabeis-somam-r-362-milhoes-e-empresa-ve-indicios-de-fraude/), Embraer (https://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2016/10/embraer-admite-pagamento-de-propina-para-fechar-contratos.html) e Hypera (https://veja.abril.com.br/coluna/radar/acordo-de-leniencia-por-corrupcao-custara-r-110-milhoes-ao-grupo-hypera).
Afinal, que raio de “régua moral” é essa onde empresa
que frauda demonstrações financeiras é mais “feinha” do que a empresa que pagou
milhões de reais em propinas para políticos? Mais flexível do que bambu na
saída do aeroporto Dois de Julho (Salvador – BA). Os milhões de reais pagos de
multas não sujam a reputação dessas empresas? E os executivos presos (https://www.gazetadopovo.com.br/politica/parana/saiba-quem-sao-os-19-presos-pela-lava-jato-por-desvios-nos-pedagios-do-parana-0jcza6itpmu0egvi2dpmns9nj/)?
Tá aí, quem sabe a turma da Ganância, Ganhos e Glamour,
controladores das Americanas, não usa esse argumento de defesa: nunca tivemos
um executivo preso, rsrsrs.
Turma da B3, bater em empresa moribunda é fácil, quero
ver pegar o touro à unha, uma dessas que pagou propina, e proibir o uso do selo
de boa governança.
Por fim, nunca é demais perguntar para o nosso
sonolento Xerife, que pelo jeito nem jornal lê: quantos executivos de empresas
listadas que participaram dessas verdadeiras OCRIMs foram inabilitados?
Abraços fraternos,
Renato Chaves
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