Por que essa implicância com empresas corruptoras?

 


A crítica, vinda de um amigo advogado, me fez refletir bastante.


Ele alega que a empresa está quite com a Justiça, não se justifica aplicar uma penitência eterna. Só porque ela foi direcionada por seus acionistas controladores e executivos a adotar a corrupção de agentes públicos como modelo de negócios não significa que o rumo não possa ter sido corrigido.


Então vamos falar do Aderbal, nome fictício de um conhecido vendedor de carros na Avenida Intendente Magalhães, que liga o lendário bairro de Madureira ao Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro. Sim, um nome fictício para o “empreendedor” porque ninguém ousa falar o seu nome real em vão.


Pois Aderbal, a exemplo de empresas listadas corruptoras, usava em seu negócio práticas não republicanas, adulterando os velocímetros dos carros à venda.


Pego pela polícia, “pagou” 3 anos em Bangu.


Quite com a Justiça, assim como as empresas listadas corruptoras, Aderbal voltou a “explorar” o negócio de venda de carros usados.


Feita essa divagação eu pergunto: você ousaria entrar na loja do Aderbal para adquirir um carro?


Se a resposta é não, pergunto por que você compra ações de empresas corruptoras, como a companhia aérea e a farmacêutica, e aceita sentar na mesma mesa com os “Aderbais” do mercado de capitais?


Não estou falando de “punitivismo”, moralismo barato, mas de avaliação de riscos, dever fiduciário.


Não aceito o argumento que agora os controladores corruptores mudaram, viraram “garotos ESG”. Já ouvi por aí “Olha, trocaram os executivos, colocaram até mulheres e figurões da governança no conselho de administração !!!”.


Assim como na fábula “o escorpião e a tartaruga”, acredito que o DNA não vai ser alterado por um DARF ou conselhos iluminados de alguns notáveis em burocráticas reuniões mensais.


Abraços fraternos,

Renato Chaves 

 

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