E ninguém sabia de nada – os reguladores.
Claro que os reguladores não sabiam de nada. E nem poderiam.
A crítica, cada vez mais contundente na praça (veja matéria do
jornalista Nicola Pamplona no link https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/01/associacao-pede-bloqueio-de-bens-da-pwc-e-acusa-cvm-de-negligencia-no-caso-americanas.shtml), é a morosidade na apuração dos fatos.
Sendo a fraude bilionária um crime contra a economia popular (são
milhões de CPFs negociando na B3), a postura burocrática de instaurar processos
somente com o encaminhamento de ofícios irrita a todos. O defunto está
estendido na sede da empresa, tem executivo com a mão suja de líquido vermelho
(sangue ou ketchup da Kraft?) e o Xerife está mandando cartinhas perguntando se
alguém viu algo.
Num caso como esse, que ainda carrega suspeita de insider trading, o que se esperava era uma ação enérgica, com a
obtenção de uma autorização judicial para a realização de uma operação de busca
e apreensão na empresa e no grupo de controle (aliás, que operação oportuna
essa de “perda” do controle sem prêmio, mais conhecida como “pega mané”), além
da apreensão dos passaportes dos Administradores (vai que eles pensam em
organizar uma convenção nas Bahamas com os ex CEOs da Oi, CVC, IRB, Braskem,
Wiredcard, etc, etc.).
Reparem que ninguém está criticando a competente área técnica da CVM,
esvaziada pela falta de concursos e desconsiderada por vezes quando sólidas
peças de acusação são trocadas por meia dúzia de moedas. É o comando da
Autarquia que transmite para o mercado esse clima de impunidade - para todo delito
existe um termo de compromisso a negociar, não importa a gravidade. Mas entendo:
assim como as rodas, as portas giratórias são feitas para girar.
B3? Uma piada, com seu índice de sustentabilidade repleto de empresas
poluidoras e corruptoras.
Abraços fraternos,
Renato
Chaves
Raridade. Blog com conteúdo atualizado. Gostei.
ResponderExcluirQue bom Eduardo. Fique à vontade para sugerir temas. Um abraço
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