Xerife diante de um dilema.
A nova acusação formulada pela competentíssima área técnica contra os
controladores da empresa aérea que se diz inteligente (já respondem por fraude
em contratos para pagamento de propina para o político Caranguejo) vai colocar
o Xerife diante de um importante dilema: se os inocentar ou aceitar um terminho
de compromisso a porteira ficará escancarada para votos em conflito de
interesse.
No caso em questão a empresa dos controladores (pessoa jurídica) votou na
Assembleia da “voadora” para impedir a abertura de ação de responsabilidade
civil contra os administradores da empresa aérea que, por mera obra do acaso,
são os controladores da empresa “voadora” (matéria da jornalista Juliana
Schincariol no jornal Valor disponível no link https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/11/22/processo-da-cvm-acusa-controladores-da-gol-em-voto-sobre-smiles.ghtml).
Assisti atentamente ao seminário promovido pelo IBRI sobre voto em
conflito (disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=Zldry2UGpg4)
e concluí que o voto em conflito é, antes de tudo, um voto envergonhado: mesmo
que o negócio seja bom para a empresa o acionista conflitado tenta convencer os
demais acionistas que o seu ganho particular, diferenciado, é moralmente
válido... Diz o antigo refrão publicitário: gosto de levar vantagem em tudo,
certo?
Periga o regulador deixar de ser médico legista, especialista em
julgamentos de situações já consolidadas (como a compra antecipada de passagens
aéreas pela empresa sorriso), sendo rebaixado a coveiro.
Abraços fraternos,
Renato
Chaves
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