Corrupção em empresas listadas.
Tive a oportunidade de assistir remotamente o evento do IBGC “Combate à
corrupção como pilar ESG” no último dia 13.
Bons palestrantes, muita teoria, mas faltou tratar de “peito aberto” casos
recentes.
Processos apreciados pelo colegiado da CVM – a empresa de medicamentos que começa com a letra H usou contratos
fraudulentos em subsidiárias (sem serviços prestados) e a empresa aérea que
começa com a letra G usou contratos de publicidade com sites de propriedade do
meliante “Caranguejo” (os anúncios nunca foram veiculados) – nos revelam
que os acionistas controladores não só sabiam como foram os mentores dos
esquemas de fraude para uso de dinheiro das empresas para o pagamento de
propinas a políticos. Os executivos fizeram o papel de feitores, executando sem
questionamentos as ordens dos controladores.
E como ficam os outros casos a serem julgados pelo Xerife? Os acionistas
controladores não sabiam de nada ou eram perfeitos idiotas? Difícil acreditar na
cegueira de dois ardilosos empreiteiros de certo bloco de controle. Fica a
esperança que algum jornalista investigativo descubra o tamanho dos tentáculos
do “Caranguejo” nas empresas listadas brasileiras.
Nenhum dos meliantes envolvidos nos casos citados acima será
inabilitado, já que os digníssimos doutores que compõem o colegiado na Rua 7/9 entendem
que o acordo de leniência na esfera criminal serve para justificar a aceitação
de um “terminho de compromisso” proposto por Administradores-meliantes. Livres,
leves e soltos para continuarem em conselhos e diretorias, fica a dúvida quando
irão construir novos esquemas de pagamento de propinas, pois o que não falta é discípulo
do “Caranguejo”.
Abraços fraternos,
Renato Chaves
Sem punição exemplar, e sem piedade, nada vai melhorar, caro neste Renato. O bla-bla-bra de sempre …
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