Liberalismo na regulação: terreno fértil para as falcatruas corporativas.
A notícia de que temos na CVM mais um diretor com perfil liberal, que
defende o voto de controlador em situações de conflito por acreditar na boa fé
desses meigos acionistas, por exemplo, é de causar arrepios (matéria da jornalista
Ana Paula Ragazzi – no link https://braziljournal.com/joao-accioly-um-liberal-hardcore-na-cvm).
Em um país onde o padrão corporativo é o lucro acima de tudo, custe o que
custar, com executivos de empresas corruptoras condenados no exterior e não
julgados no Brasil, falar em exagero na prevenção é mandar um recado claro para
o público em geral, e para os meliantes de colarinho branco em particular: vale
tudo, estilo faroeste caboclo.
No frigir dos ovos podemos prever o incremento dos “acordinhos” (os
pomposos termos de compromisso – tem até um comitê que negocia o tamanho do cheque-perdão
!!!), com pagamento de DARFs sem a confissão de culpa, algo que educa demais o
nosso mercado, só que na direção errada: fraudou, manipulou, negociou de forma
irregular? Pague um DARF que tudo vai para debaixo do tapete.
Por isso estou “rouco de tanto digitar”: "A dissuasão funciona no
mundo do colarinho branco" (Robert Khuzami, diretor de fiscalização da SEC
- 2010).
Abraços fraternos,
Renato
Chaves
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