Remuneração de presidentes de conselhos de administração: falta bom-senso, sobra conflito de interesses.
O presidente do Conselho é o fundador, ex CEO, e por isso pode tudo? Não
precisa participar da assembleia de acionistas, mas pode usar recursos da Cia.
sem critérios (“aquele” jatinho já faz parte da família...). Qual a diferença
razoável entre a remuneração do presidente do conselho de administração e os demais
conselheiros? 50%? 75%? 100%? Que tal 8.733%? É pouco? O que dizer então de 70.050%?
30.430%?
Vêm aí um estudo revelando essas absurdas diferenças, no universo de
empresas do Ibovespa. Srs. DRIs, podem preparar seus caderninhos de
explicações...
Mas a farra extrapola os limites do Ibovespa. Um atento leitor do Blog me
alertou que o presidente do Conselho de Administração de uma rede de hospitais
(listada em dez/20 - uma máquina de aquisições que faz mais compras que
muambeiro brasileiro em Ciudad del Este), recebeu a bagatela de R$ 330,6
milhões em 2020, sendo R$ 16 milhões em “salários fixos” (maior que a soma das remunerações dos presidentes dos conselhos do
Bradesco e Ambev) e R$ 314 milhões em ações. Ok, o aviso sobre opções
de ações estava no formulário de referência para a listagem inicial, só não leu
quem não quis. Mas e essa remuneração fixa? Como diria o narrador Milton Leite
com seu jargão preferido, “que beleza !”.
Estratégia vencedora merece ser premiada? Obra de um homem só? Parece
cedo para avaliar, mas acho que está “puxado”. Só acho.
Abraços fraternos,
Renato
Chaves
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