Estão tentando enganar acionistas... de novo.
Sempre desconfie quando houver propaganda excessiva no mercado de
capitais. Foi assim com o “boi gordo”, “avestruz máster” e tantos outros que
prometem retornos generosos.
Querem “encerrar” o contrato de royalties pelo uso do nome da família
obrigando os acionistas a pagarem o valor futuro desse contrato hoje, trazendo
a valor presente as prestações futuras, tudo dentro da legalidade e suportado
por caros estudos/pareceres jurídicos ... Simples assim, estão eternizando o
valor do contrato, qualquer agente de mercado que fez o curso “matemática
financeira para advogados e contadores” sabe fazer essa conta (eu fiz esse
curso !!!).
“Prosopopeias flácidas para acalantos bovinos”... Traduzindo, conversa
mole para boi dormir (essa “roubei” de um grande amigo, devidamente autorizado).
Nada de transferência de tecnologia, somente um belo nome. O interesse
da família é tanto que tem gastos milionários com anúncio na TV e até em rádios
(pago por todos né?).
Primeiro tentaram meter a mão grande diretamente no caixa da rentável e
prestigiada empresa. Pegou mal. Até porque surgiram questionamentos do tipo
“abre mão da marca e usa os milhões para criar uma nova marca, mais moderna”. Só
não pode ter X no nome ... Papelex onduladex nem pensar (rs).
A negociação privada (e pouco transparente) com um importante acionista mudou
a proposta inicial com criatividade jurídica (sempre eles - os brilhantes e
lustrosos advogados do societário) e rendeu alguns “espelhinhos” de presente
para os acionistas – melhorias na
governança corporativa com a criação de alguns comitês. Esses comitês terão
a presença de conselheiros “independentes”? Será que vão mexer na galáctica
remuneração do conselho de administração, uma das maiores do Brasil (R$
101.282,70 por mês segundo proposta para a AGO de 31/7/20)? E pra que um conselho
de administração com 14 membros? E haverá cobrança pelo uso da cara estrutura
da empresa pela família (salas, secretárias e cafezinhos)? Leiam com atenção a
manifestação de voto do conselheiro Mauro Cunha na proposta da Administração (https://bityli.com/Bozbd).
Para reflexão: Gerdau e Vilares cobraram pela extinção dos contratos de
royalties?
Já pensou se a moda pega? Os moradores do vale do Rio Doce cobrarão royalties retroativos? Moradores da chácara vizinha à Vila Mariana também terão que pagar royalties? (brincadeirinhas)
Fato é que se a operação de “extinção” do contrato de royalties passar será
mais uma mácula no nosso já combalido mercado de capitais.
Acho que vou aproveitar a safra de BDRs e confiar nas qualidades do bom
e velho abacate (https://braziljournal.com/o-ipo-do-abacate).
Abraços fraternos,
Renato
Chaves
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