Na Alemanha tem investigação. Aqui tem “bolação”.
Executivos do nível C que não sabiam de nada... (CEO, CFO, COO, Chairman,
etc).
Alguém acredita, em sã consciência, que decisões
que colocam em risco a credibilidade de uma empresa de classe mundial são tomadas
sem o conhecimento do CEO, do Presidente do Conselho de Administração e de
outros Cs da vida corporativa?
Decisões como fraudar testes de emissão de gases poluentes
ou pagar propina para políticos corruptos são tomadas pelo nível gerencial de
uma grande empresa, na calada da noite? Fala sério, como dizem os mais jovens.
Na Alemanha o Ministério Público está correndo
atrás da turma da outrora imponente fabricante de veículos sem dó nem piedade (veja
matéria no link https://valor.globo.com/empresas/noticia/2019/09/24/presidente-e-executivos-da-volkswagen-sao-acusados-de-fraude-na-alemanha.ghtml).
Será
que aqui, terra dos bônus magnânimos e dos pedágios caríssimos, veremos a turma
de 2º escalão assumindo a culpa por desvios milionários para salvar a turma do
andar de cima (executivos e conselheiros de administração/acionistas controladores)?
Tudo
é possível não é mesmo, especialmente depois que presenciei a deliberação, em
uma AGE repleta de ilustres advogados, para pagamento do “bolação”.
O
“bolação” é um acrônimo que uso para o "bônus por delação", criativa solução inventada
por certa empresa, que já foi até referência em livros sobre governança, para
justificar o pagamento de bônus extraordinários para administradores por crimes
cometidos e, quem sabe assim, alinhar futuras delações.
Depois
disso acredito até que o Pimpão vai ser artilheiro do Brasileirão.
Abraços a todos,
Renato Chaves
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