Diversidade em empresas listadas: nada mudou.
Seis em cada dez empresas
listadas na B3 não tem mulheres em seus
conselhos de administração; 10º lugar na América Latina quando o assunto é
participação feminina em conselhos de administração (veja matéria em https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/07/economia/1551992548_346845.html):
precisa dizer mais?
Desconfio que, se excluirmos
as mulheres participantes das famílias controladoras, esse número piora
substancialmente.
Isso parece ser a
ponta do iceberg, pois a falta de diversidade, tanto de gênero como de raça, começa
antes, nas posições gerenciais. É o que a professora do Ibmec-Rio Silvana Andrade
chama de “teto de vidro” (https://exame.abril.com.br/carreira/por-que-as-mulheres-nao-chegam-ao-board/).
Quem não chega a gerente jamais será um diretor e quem não chega a diretor
dificilmente chegará a conselheiro, salvo “desvios oportunísticos”.
Iniciativas como “30% Club”
são bem-vindas (https://www.valor.com.br/financas/6151337/30-club-que-incentiva-mulheres-em-conselhos-chega-ao-brasil),
mas a regulação também pode ajudar, obrigando que empresas listadas divulguem
nos formulários de referência os percentuais de negros e mulheres em posições
gerenciais (sugestão já encaminhada para a CVM).
Essa regra muito ajudaria
no debate entre os acionistas ao longo do ano, especialmente aqueles que se
dizem comprometidos com a pauta ESG, deixando o
tema de ser somente manchete de um solitário dia do mês de março.
Parabéns a todas, e
disposição para lutar por uma diversidade ampla.
Renato Chaves
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