Falta de transparência: CVM bate na Embraer para evitar o pior.
A partir de reclamação
feita por acionistas minoritários a CVM abriu processo sancionador para apurar
responsabilidades pela divulgação de fato relevante incompleto. Ocultação de
informação como artimanha para convencer os candidatos ao Planalto à época e
por tabela os incautos acionistas? (processo nº 19957/010559/2018-12 –
RJ2018/7953 - vide matéria no jornal Valor de 11/2 - https://www.valor.com.br/empresas/6112095/cvm-analisa-fato-relevante-da-embraer-sobre-boeing).
Haja criatividade para
dourar a pílula, se escrever muito se complica, se escrever pouco não convence
nem o pipoqueiro da Praça Ulysses Guimarães, em São José dos Campos.
E convenhamos,
convencer “gregos e baianos” que a aquisição de controle é uma parceria
estratégica não é fácil. Parceria que transforma a Embraer em uma “empresinha”
de participações minoritárias, um escritório na Berrini para viver de
dividendos futuros (incertos), sem administradores na nova empresa, somente um
“conselheiro voyer”, sem poder algum de gestão no negócio que hoje é o motor da
empresa, motivo de orgulho nacional... Transferência de “instalações
contribuídas” listadas em apêndice “confidencial” do memorando? Como assim? Vão
levar embora a engenharia, as ferramentas (adeus parafusadeira/rebitadeira... e
os empregos?), a carteira de clientes com a liderança mundial do mercado de aviação
comercial e tem a pachorra de afirmar que não estão comprando nada, só fazendo
uma “parceria”.
Sei o que foi “vendido”
aos acionistas na reestruturação societária em 2006, eu estava lá queridos
leitores. Estatuto Social existe para ser respeitado !!! SMJ.
Parceria com nome de “joint
venture-JV” né? Então quem avaliou a contribuição “estratégica” da Boeing? Cadê
o laudo, cara pálida? Não tem avaliação porque a “contribuição” será em
dinheiro, só precisa avaliar um lado? Então é a compra de “algo” (ou seja
ativos), uma aquisição de propriedade? Quanto mais o DRI e assessores
milionários escrevem, mais se complicam.
Não vou entrar no mérito
do preço porque a operação já nasceu de forma irregular...
“Pau que nasce torto
nunca se endireita, tchan, tchan, tchan”.
Mas experientes analistas afirmam que
a Boeing está comprando um projeto campeão por valor parecido com aquele
afundado pela concorrente canadense em um projeto reconhecidamente ruim
(US$ 6 bilhões vide matéria no link https://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2018/03/29/duelo-entre-embraer-e-bombardier-esquenta-com-lancamentos.htm). Alguns analistas mais “radicais” chegam a afirmar que o que sobra não vale nada (https://moneytimes.com.br/fast/mercado-da-valor-zero-para-resto-da-embraer-sem-boeing-avalia-safra/).
E a “parceria KC-390”
hein? Os gringos vem e pegam um projeto já pronto, voando, oferecendo 51% só
para agradar os sisudos homens de azul? Sede em Delaware? Governança com 5
conselheiros, sendo que o solitário “Mr. Boeing” poderá vetar tudo? Estranho,
muito estranho...
A CVM tem até o dia 26/2
para bater o martelo (será que Darth Vader em pessoa irá comandar a AGE como
preposto regiamente remunerado da Administração ou mandará um de seus pupilos?).
Se a CVM deixar passar
essa operação de “compra de controle disfarçada”, ou outra que venha a ser
desenhada por criativos advogados e banqueiros para fugir da regra estatutária
para troca de controle, a porteira estará escancarada para a “leitura maliciosa
de estatutos sociais”.
Abraços a todos,
Renato Chaves
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