Contratação de auditorias e avaliadores: pelo fim da hipocrisia.
Esses são
temas que geram mais constrangimento que a chegada de uma van MB-Sprinter com 18
ex amantes de um rico industrial/conselheiro da Fiesp derramando lágrimas em um
concorrido velório no requintado cemitério do Morumbi (algo bem Rodriguiano).
Sobre a
questão dos avaliadores todos sabem que papel em branco aceita qualquer
desaforo e que, sem regulamentação/responsabilização, as avaliações resultam em
números desejados pelos contratantes, salvo raríssimas exceções. Não importa se
a empresa contratada é um grande banco de investimento com sede em NY ou uma
boutique com escritório na Bandeira Paulista.
Infelizmente o
que mais vemos na praça são premissas fantasiosas para aumentar preço (não sei
por que me lembrei da turma do Darth Vader e o caso “Micocarbono”) ou premissas
fúnebres quando interessa comprar ativos a preço de banana. Pois bem, sugiro a
leitura da dura carta da AMEC endereçada ao mais ilustre botafoguense da
atualidade, o presidente da CVM Marcelo Barbosa (https://www.amecbrasil.org.br/cartaamecpresi-n-102018/). Como se diz na gíria dos jovens "a AMEC lacrou".
Sobre a
contratação de auditorias, refletindo após anos de experiência em conselhos e a
leitura das matérias do Financial Times “Em auditoria, o poder de escolha é
ilusório” (publicada no jornal Valor do dia 16/8, disponível em https://www.valor.com.br/empresas/5739637/em-auditoria-o-poder-de-escolha-e-ilusorio) e “Escândalos mostram necessidade de rever regras de auditoria”
(publicada no jornal Valor do dia 7/8, disponível em https://www.valor.com.br/empresas/5716671/escandalos-mostram-necessidade-de-rever-regras-de-auditoria), fiquei mais cético e passei a adotar uma postura mais dura,
defendendo que se torne obrigatória a negociação da contratação dos auditores
por um comitê do conselho de administração, sempre liderado por um
conselheiro independente !!!
Vamos parar
com a hipocrisia de delegar ao diretor financeiro a contratação daqueles que
irão auditar o trabalho desse diretor (já que tudo termina em números), com uma
avaliação “pra inglês ver” do trabalho pelo conselho de administração a
posteriori (repito, salvo raríssimas exceções).
E nunca
esqueçamos que o “princípio contábil” da sobrevivência sempre prevalece nessas
situações.
Abraços a
todos,
Renato Chaves
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