Messi e CR7 fazem a diferença... E os CEOs?
Em tempos de
Copa do Mundo temos uma unanimidade: Messi e CR7 jogam muito.
Mas e nas
nossas corporações, especialmente em empresas listadas? Podemos considerar os CEOs
“craques diferenciados”, capazes de “jogadas mirabolantes”, e que por isso
merecem receber uma remuneração bem superior aos demais “companheiros de
equipe”? Tudo bem, pelas cláusulas estatutárias os CEOs carregam maiores
responsabilidades, mas convém lembrar que o discurso comum é esse: somos um
time, uma “equipe que joga junto”, etc.... Juro, pela glória da Estrela
Solitária de General Severiano, já ouvi de um CEO que a sua diretoria era
formada por um time de craques, que “batiam um bolão”... Pouco tempo depois 90%
da Diretoria foi substituída.
Certo, vamos
aceitar que os “CEOs-celebridades” fazem realmente a diferença e como chefes do
time devem receber mais do que os não menos importantes diretores estatutários.
Aí vem a 2ª pergunta: como os acionistas devem reconhecer esse talento
diferenciado, essa liderança formal? Qual o percentual a mais que devem receber
em relação aos seus subordinados diretos? 50%? Quem sabe 100%? 300%?
Será que uma
diferença abissal entre as remunerações não desestimula, classificando o CEO
como um CR7, um profissional “bola de ouro” que joga na “Champions League”, e
os demais diretores como meros coadjuvantes, jogadores de “série B” do nosso
Brasileirão”?
Ok, vão alegar
que parte do pacote de remuneração é personalíssimo, incentivos de longo prazo,
bônus de contratação, bônus de saída (3 anos de salários tá bom?), mas são
razoáveis diferenças de 3.104%, 3.689%?
Coloquei dados
de 50 importantes empresas listadas em uma planilha para identificar as
diferenças percentuais entre a maior e a menor remuneração na diretoria (VIVA,
ainda estou comemorando a queda da famigerada liminar do Instituto chapa branca).
Foram excluídas as estatais porque as remunerações não são comparáveis, não
merecem nem nota de rodapé. Os números assustam; marquei só as diferenças mais
relevantes, acimas de 1.000%. Tirem suas conclusões, perguntem muito e reflitam
bastante antes de votar na próxima assembleia, especialmente nas empresas onde
o controlador atua como CEO ou presidente do conselho de administração.
|
maior
|
variação
|
menor
|
Alpargatas
|
7.336.200,00
|
159,0%
|
2.832.000,00
|
Aliansce
|
5.093.285,63
|
308,6%
|
1.246.386,86
|
AMBEV
|
14.065.113,97
|
470,1%
|
2.466.975,34
|
B2W
|
8.018.748,00
|
426,8%
|
1.522.275,00
|
B3
|
52.356.632,45
|
682,1%
|
6.693.999,10
|
Banco
BTG
|
4.700.000,00
|
370,0%
|
1.000.000,00
|
Bradesco
S.A.
|
15.952.500,00
|
1482,6%
|
1.008.000,00
|
Braskem
S.A.
|
13.115.784,05
|
183,6%
|
4.624.112,26
|
BRF
|
2.640.000,00
|
98,5%
|
1.330.000,00
|
BrMalls
|
22.871.493,25
|
1789,9%
|
1.210.211,52
|
CCR
S.A.
|
12.814.521,11
|
504,0%
|
2.121.565,90
|
Cia
Siderúrgica Nacional
|
4.915.361,00
|
805,0%
|
543.132,00
|
Cielo
S.A.
|
5.586.453,00
|
18,3%
|
4.722.225,00
|
Cosan
S.A.
|
4.877.297,67
|
12,6%
|
4.332.588,56
|
CPFL
Energia S.A.
|
9.701.000,00
|
3689,5%
|
256.000,00
|
Duratex
|
3.037.094,00
|
185,2%
|
1.064.881,00
|
Ecorodovias
|
7.773.560,00
|
733,5%
|
932.687,00
|
Embraer
S.A.
|
8.251.211,67
|
288,7%
|
2.122.648,21
|
Estacio
|
3.970.881,99
|
511,7%
|
649.173,67
|
Even
|
7.439.490,00
|
1792,2%
|
393.165,00
|
Fibria
Celulose S.A.
|
7.921.727,70
|
379,6%
|
1.651.900,51
|
Gafisa
|
2.428.106,90
|
0,0%
|
2.428.106,90
|
Gerdau
S.A.
|
422.294,42
|
709,8%
|
52.150,39
|
GOL
|
7.527.974,06
|
558,6%
|
1.142.979,86
|
Hypermarcas/Hypera
|
42.625.651,00
|
2521,3%
|
1.626.156,00
|
Iguatemi
|
8.086.564,48
|
349,6%
|
1.798.465,72
|
Iochpe
|
1.879.505,00
|
212,1%
|
602.185,00
|
Itaú
Unibanco
|
40.918.000,00
|
1672,1%
|
2.309.000,00
|
Itaúsa
|
5.819.407,00
|
703,8%
|
724.000,00
|
Klabin
|
10.740.321,66
|
191,4%
|
3.685.325,64
|
Kroton
|
25.475.271,39
|
1075,0%
|
2.168.112,17
|
Localiza
|
14.734.656,55
|
687,8%
|
1.870.303,81
|
Lojas
Americanas S.A.
|
19.105.727,00
|
1727,5%
|
1.045.477,80
|
Lojas
Renner
|
21.484.446,30
|
626,8%
|
2.955.993,99
|
Metalúrgica
Gerdau S.A.
|
821.313,15
|
105,5%
|
399.676,82
|
Minerva
S.A.
|
2.222.797,68
|
261,1%
|
615.527,44
|
Multiplan
|
19.754.789,06
|
285,6%
|
5.123.041,15
|
Multiplus
S.A.
|
4.247.863,00
|
264,1%
|
1.166.705,00
|
Oi S.A.
|
15.514.475,00
|
31,5%
|
11.801.532,00
|
Pão de
Açúcar/CBD
|
49.727.847,00
|
3104,0%
|
1.552.035,00
|
Porto
Seguro
|
3.098.000,00
|
29,1%
|
2.400.000,00
|
Raia
|
12.334.388,00
|
233,8%
|
3.695.426,00
|
Rumo
|
22.801.721,00
|
1124,2%
|
1.862.578,00
|
Santander
|
29.985.549,15
|
1570,1%
|
1.795.457,14
|
Ser
Educacional
|
1.026.409,49
|
194,5%
|
348.475,00
|
Suzano
|
11.259.426,87
|
220,2%
|
3.516.033,49
|
Telefonica
|
6.719.912,45
|
259,4%
|
1.869.946,81
|
TIM
Participações S.A.
|
8.173.653,71
|
956,3%
|
773.800,50
|
Vale
S.A.
|
58.539.091,15
|
704,1%
|
7.279.805,88
|
Via
Varejo S.A.
|
14.524.254,43
|
412,5%
|
2.834.133,92
|
Médias
|
13.688.755,45
|
2.243.327,17
|
Abraços a
todos,
Renato Chaves
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