Falta de transparência? Recado para os gestores de recursos: tem que pressionar.

O recado das “urnas” de votação nas assembleias de 2017 foi claro: empresa que continuar escondendo informações sobre remuneração vai receber uma avalanche de votos contrários na proposta das Administrações para a fixação da verba global.

Aqui no Brasil, a carta da Amec manda um apelo aos seus associados para que tenham um diálogo direto com as empresas investidas, na tentativa de sensibilizá-las a mudar de postura antes das assembleias (https://www.amecbrasil.org.br/cartaamecpresi-n-032018/).

Lá fora, a maior empresa de recomendação de voto do mundo, o Institutional Shareholder Services – ISS, já publicou o seu caderno sobre as assembleias no Brasil, repetindo a recomendação anterior: voto contrário nas empresas que escondem informações sobre remuneração (https://www.issgovernance.com/file/policy/active/americas/Brazil-Voting-Guidelines.pdf).

Resumindo o enredo: empresas que enfrentaram mais de 20% de rejeição na AGO de 2017 devem se preocupar, pois correm risco de rejeição da proposta de verba global, somente para atender um capricho do CEO.

Aliás, tem empresa grande acuada, pois migrou para o Novo Mercado com discurso de transparência e tem um CEO novo que divulgava o item 13.11 do Formulário de Referência no seu emprego anterior..... Vai continuar escondendo informação? Como fica o discurso? Será que a resistência agora está em outro órgão da administração? Quem sabe a mudança de endereço não trará uma mudança de postura, influenciados pelo novo Código Brasileiro de Governança Corporativa.

E nunca é demais lembrar a lista com 32 empresas extraída do Anuário de Governança Corporativa das Companhias Abertas da Revista Capital Aberto 2017-2018, que consolida informações dos Formulários de Referência das 100 empresas mais negociadas na bolsa brasileira.

1.   Alpargatas
2.    B2W
3.    Bradesco
4.    Bradespar
5.    BTG
6.    CCR
7.    Cielo
8.    Cosan
9.    CPFL
10.             CSN
11.             Duratex
12.             Embraer
13.             Fibria
14.             Gerdau
15.             Gol
16.             Iguatemi
17.             Iochpe
18.             Itau Unibanco
19.             Itausa
20.             Kroton
21.             Lojas Americanas
22.             Met Gerdau
23.             Minerva
24.             Multiplus
25.             Oi
26.             Pão de Açúcar
27.             Santander
28.             Suzano
29.             Telefonica
30.             TIM
31.             Vale
32.             Via Varejo

Por fim, vale citar o ilustre botafoguense, jornalista Fernando Carneiro, em seu antológico artigo “Marli and me – Remuneração de executivos...”, publicado no livro Sociedade Anônima (já comentado aqui no Blog em 11/3/2017): “Não tem nada de esquerda ou direita, segurança ou insegurança, ativismo ou “passivismo”. Falamos de transparência e prestação de contas.”

Abraços a todos,
Renato Chaves

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