Parece que as publicações de DFs em jornais e imprensa oficial estão com os dias contados.

É o que podemos extrair dos discursos dos novos participantes do colegiado da CVM.

Tanto Gustavo Gonzalez, em seu discurso de posse, como Marcelo Barbosa, respondendo uma pergunta sobre o tema na sabatina no Senado (acreditem assisti tudo na TV), abordaram o espinhoso tema nessa linha: em pleno século XXI não faz sentido continuarmos com um padrão de divulgação que não atende os usuários, afinal todos preferem a WEB a ler longos textos formatados em letra Arial 8, desperdiça escassos recursos financeiros das companhias e vai contra o discurso comum de sustentabilidade, ao produzir lixo a partir de matéria prima nobre (jornal que vai direto para o “banheiro” do Totó).

Meus amigos jornalistas irão concordar comigo: não será a publicação de extensos cadernos coloridos com letras miúdas que irá reverter a tendência de queda na circulação dos jornais impressos (http://www.portaldosjornalistas.com.br/ivc-aponta-queda-em-circulacao-jornais/). E olha que sou daqueles que ainda assina jornal e lê livro em papel, deixando as leituras eletrônicas para as viagens de avião.

E o Diário Oficial? Ainda não acabou, mas tem que acabar, migrar para o meio eletrônico. Acho que até os tradicionalíssimos advogados com seus ternos e gravatas apoiarão a ideia.

Bem, mas não adianta fazer discurso, batucar o teclado, ficar no “ativismo digital”. Eu já havia sugerido em uma dessas audiências públicas da CVM uma mudança no padrão de divulgação: os veículos impressos passariam a receber uma versão bem resumida das DFs, só com balanço, DRE, relatório da auditoria, parecer do Conselho Fiscal e um breve comentário da Administração – caberia em uma página. Todo o restante na WEB...

Sugestão feita, sugestão negada sob a alegação de que aquele não seria o caminho correto, sendo necessário construir uma proposta de alteração na legislação. Então por que não o fizeram, pensei com os meus botões?

Então agora a tática é outra: o diligente cidadão e agente de mercado atuante protocolou um ofício na CVM (eletrônico é claro) solicitando que a Autarquia encaminhe uma proposta de alteração ao Poder Legislativo. É muito fácil fazer uma solicitação dessas, sem burocracia, mais fácil que eliminar ex-campeão na Copa Libertadores (dá-lhe Fogão !!!).

Será que irão negar o meu pedido? Manterei os atentos leitores do Blog informados.

Abraços a todos,

Renato Chaves

Comentários

  1. Excelente noticia Renato. As empresas e respectivos investidores agradecem!

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  2. A turma do contra são os lobbies dos diários oficiais - União e Estados; Metade da receita do Valor vem de publicidade legal. Levariam um baque, mas acho que já se prepararam para isso. O problema é que a exigência é da Lei das SA. Tem que mudar a lei. Sempre complicado. O que me espanta não é a CVM não brigar, são os grandes pagadores como estatais de capital aberto, nossos queridos bancos, empresas industriais, não brigarem para eliminar essa forma anacrônica de comunicação.

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  3. Silvia e Carlos,
    Imagino que uma alteração simples, mexendo na estrutura das DFs para permitir a publicação somente de uma versão "light", seria mais fácil de passar no Legislativo.
    Mas a CVM tem que liderar esse processo, pois ficaria claro que se trata de uma mudança para melhorar o mercado, desejo de todos os investidores.
    Um abraço,
    Renato Chaves

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