Ativismo: e tudo começou em 1609.


O amigo e ilustre botafoguense Fernando Carneiro nos presenteia em seu livro “Sociedade Anônima”, lançado recentemente pela Editora Baraúna (pg. 279), com uma passagem histórica que serve para calar aqueles que criticam a postura de investidores ativistas. Confesso que não conhecia.

Diz o protesto formal do acionista Isaac LeMarie para a Cia das Índias Holandesas:

“Devemos considerar o descontentamento e subsequente protesto que emanará do público e de acionistas. Eles estão, neste exato momento, completamente insatisfeitos com uma administração autoritária, e pelo uso indevido dos recursos da companhia por parte de diretores que agem como se estivessem acima de tudo. Que fazem de tudo sem a ninguém consultar. E que abusam do estatuto da companhia...”

Valeu Issac. Como diria certo cientista, tudo não passa de ação e reação. Mais atual do que best seller na banquinha de promoções da livraria do shopping Rio Sul, né Jorginho?

Não gosta de reclamação, então seja transparente e respeite o acionista.

Recentemente testei 28 empresas com uma consulta. Só 3 responderam, burocraticamente diga-se de passagem. Resultado: reclamação para a CVM, diante de fortes indícios de conflito de interesses em decisões sensíveis.

Agora é assim, ativismo até na leitura dos Formulários de Referência... 2017 promete.

Abraços a todos,

Renato Chaves

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