Operações que envergonham o mercado de capitais.
Pois é, outro dia ouvi uma “reprimenda” de um amigo, personagem
admirável, profundo conhecedor e bravo incentivador das boas práticas de GC, reprimenda
feita em um tom fraterno, quase paterno, dita mais ou menos assim: admiro muito
o trabalho de vocês ativistas, mas fica parecendo que só tem gente ruim no
nosso mercado.
Talvez falte realmente enaltecer publicamente os bons exemplos....
Como Tim Maia confesso, estou na dívida. Já falei bem da forma como a Natura
faz assembléias, mas pra cada fragrância agradável em Cajamar temos outros
tantos exemplos fétidos, societariamente falando, de siderúrgicas em Itaguaí e
petroquímicas em Camaçari.
Pois bem, mal penso em listar os bons exemplos chovem operações
grotescas, daquelas que envergonham até um Odorico Paraguaçú.
É controlador usando o caixa da empresa de petróleo para comprar
ações de empresa de telefonia por desejo pessoal, é empresa de logística emitindo
debêntures com bônus de subscrição atrelado, comprados na surdina pelo
principal acionista, e ainda aumento de capital seguido de fechamento de capital
(apenas 4 dias de diferença !!!) .... e só estou citando casos recentes.
Aparentemente tudo dentro da mais perfeita ordem jurídica, smj,
não é CVM.
Cobiça atiçada por banqueiros de investimento da Faria Lima? Talvez,
mas fica a impressão que nada seria possível sem a visão tacanha de alguns
acionistas, que conseguem a proeza de manchar a já arranhada reputação do
mercado num piscar de olhos.
E por falar em “causos” do nosso mercado de capitais, sugiro a
leitura do livro recém lançado Sociedade Anônima (Editora Baraúna), do amigo
botafoguense Fernando Carneiro.
Abraços a todos,
Renato
Chaves
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