A farra do bônus: apertando o cerco nas empresas pouco transparentes.
Pois é, não é só o Blog da Governança e a turma do proxy voting
(Glass Lewis e ISS) que gritam contra a falta de transparência no Brasil sobre
o tema “remuneração de Administradores”.
Matéria publicada na última edição da revista Exame (“Só o bônus
cresceu”), da jornalista Aline Scherer, reforça o sentimento de que esse tema vive
em uma cortina de fumaça.
Os números do estudo da PwC e FGV apresentados na reportagem
revelam, por exemplo, que 80% das empresas da amostra sofreram queda no lucro
entre 2010 e 2013, mas seus executivos embolsaram bônus 4% maiores (universo de 62 empresas
listadas no Novo Mercado). É a velha teoria “farinha
pouca, meu pirão primeiro”.
Os acionistas minoritários pagam a conta sem saber (ou será que não se
esforçam para saber?), mas os controladores o fazem
de forma deliberada. Aceitam pagar mais para ter a conivência de executivos na
implementação de estratégias pra lá de duvidosas. Uma questão comportamental
dessa turma que só tem compromisso com o bolso da própria calça. Pronto, falei.
E nunca é demais lembrar a lista das empresas que de forma covarde
afrontam a CVM, ao negarem a divulgação das informações requeridas no item
13.11 do Formulário de Referência (remunerações mínima, média e máxima dos
Administradores), e que por isso merecem ter suas propostas de verba global reprovadas
nas AGOs (lista construída com base nas informações divulgadas no Anuário de
Governança Corporativa das Companhias Abertas 2014 da Revista Capital Aberto):
1. ALL
2. B2W Digital
3. Bradesco
4. Bradespar
5. Braskem
6. Brookfield
7. CCR
8. Cielo
9. Cosan
10. CPFL
Energia
11. CSN
12. Duratex
13. Embraer
14. Even
15. Eztec
16. Fibria
17. Gerdau
18. Gol
19. Iguatemi
20. IMC
21. Itausa
22. Itaú Unibanco
23. Kroton
24. Lojas Americanas
25. Minerva
26. Multiplus
27. Oi
28. Pão de Açúcar
29. Santander Brasil
30. Suzano
31. Telefônica Brasil
32. Tim
33. Vale
Por fim, fica a triste constatação da repórter: “apesar de
apresentar um descompasso parecido, o mercado brasileiro está longe de observar
reações como as dos investidores americanos”.
É hora de reagir e VOTAR CONTRA as propostas de verba global nas
AGOs de abril.
Abraços a todos,
Renato
Chaves
Que interessante! Sempre as mesmas! Sonegação de informações requeridas no Formulário de Referência, "liminar "Mandrake", "farra do bônus". Essa lista não muda!
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