Cadê a diversidade, cara pálida? Cadê os negros? Cadê as mulheres?
Ao me deparar com a manchete da matéria “O que é preciso para
formar um bom time”, na Revista Época Negócios de agosto/14, confesso que o meu
pensamento viajou por um momento para General Severiano, sede do meu querido (e
combalido) Botafogo. Saudade da diversidade criativa de um Seedorf.
Mas, ao me deparar com as fotos dos dez times campeões expostos na
matéria, alguns de empresas de capital aberto, fiquei realmente chocado, pois
entre os 73 profissionais não havia um único negro.
Não vou roubar o debate dos sociólogos, filósofos e antropólogos,
se somos um país veladamente racista ou é somente uma questão sócio-econômica,
mas o fato é que não tem sequer um mulato nesses times “campeões”.
Ok, como a chamada da matéria fala em diversidade de visão e de talentos,
quem sabe as fotos não revelariam uma enxurrada de executivas? Negativo. Uma típica
goleada alemã: somente 9 entre os 73 profissionais (menos de 15%!!!). Assim
fica difícil eleger mulheres para conselhos de administração, visto que as
empresas não “deixam” elas ocuparem cargos diretivos.
Conclusão: a diversidade de talentos no Brasil é aquela obtida
pela mistura de engenheiros eletrônicos da Poli, com engenheiros aeronáuticos
da ITA e um ou outro perdido da PUC. Tudo bem, tem um administrador da FEA-USP
aqui e acolá. Nem diversidade de visual: somente um colega barbudo!!! Pelo
menos a ridícula gravata está sendo lentamente abandonada – tive o trabalho de
contar e temos 44 rebeldes revolucionários. Ousar lutar, ousar vencer. Só
espero não seja “tipo” para a foto de grupo....
Como melhorar essa situação? Só mesmo criando o constrangimento,
obrigando as empresas de capital aberto a divulgar no capítulo 14 dos Formulários
de Referência o percentual de negros e mulheres em cargos gerenciais, para que
o falso discurso da diversidade seja desmascarado.
No mais, fica a impressão que a única diversidade verdadeira é a
geográfica: uns moram nos Jardins, outros no Morumbi.... Ninguém em Copacabana.
Muito triste.
Abraços a
todos,
Renato Chaves
É só olhar pra Previ, meu caro Renatinho. Somente uma mulher e um negro, nos quadros gerenciais.
ResponderExcluirNa diretoria, somente uma mulher.
Excelente Renatão.
ResponderExcluirAbraços
Pacheco