Remuneração variável para conselheiros: a nova “piada” do mundo corporativo.
Nada como um almoço com uma pessoa inteligente, que nos
faz refletir sobre temas realmente importantes. Diante da passividade dos
investidores (é o silêncio bastante
parecido com a estupidez, como citado por Eduardo Galeano em seu livro “As
veias abertas da América Latina”), cresce a “verdade” de que conselheiros de
administração devem receber remuneração variável para “alinhar interesses”
(!!!). Nota: o idiota do blogueiro achava que só tínhamos que alinhar os interesses
dos executivos.... Afinal, jabuti não sobe em árvore, se está lá foi gente ou
foi enchente... Conselheiro não nasce conselheiro, e o compromisso dele é com a
empresa... Reza a lei.
Tamanha insensatez carece de
fundamentos. Vamos aos fatos:
1)
Os conselhos definem estratégias, ou seja,
tomam decisões de longo prazo. Ex: investir recursos na construção de uma
fábrica no Oriente Médio. E monitoram a execução;
2)
Se o mandato padrão é de 2 anos, podendo o
conselheiro não ser reconduzido, como será definido o conjunto de metas para
suportar o pagamento de remuneração variável? A fábrica só vai ficar pronta
depois de 3 anos e provavelmente os resultados só poderão ser mensurados depois
de 5 anos. A empresa vai pagar antecipadamente a remuneração variável?
3)
E se a estratégia se revelar uma verdadeira
catástrofe, o conselheiro vai devolver o dinheirinho que recebeu?
Remuneração de conselheiro de administração deve ser
100% fixa, em valor suficiente que seja atrativa, mas não excessiva a ponto de desestimular
o conselheiro a “chutar o balde”, caso seja necessário. (dica: R$ 12,5 mil/mês
nas empresas maiores e R$ 10 mil nas menores).
Resumindo caro investidor, ACORDA !!!! Especialmente
nas empresas de controle difuso, onde o conselho manda e desmanda.
Abraços a todos e uma boa semana,
Renato
Chaves
O post do Renato Chaves de 3/8 me fez relembrar um artigo "O elo perdido do conselho", da Harvard Business Review.
ResponderExcluirSe vocês não conhecem, vale conferir (http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=o%20elo%20perdido%20conselho%20harvard&source=web&cd=3&cad=rja&ved=0CDAQFjAC&url=http%3A%2F%2Fwww.ibgc.org.br%2Fbiblioteca%2FDownload.aspx%3FCodAcervo%3D674&ei=y6_-Ue65HoG09gT15IGgBw&usg=AFQjCNEhhKB8WOIWnf7zQlqyn_Weu8-TzA)
Gratíssimo Rodolfo pela sua contribuição. Como muito bem observado pelo Prof. Joaquim Rubens, da FGV-RJ, estamos diante de um sistema de pesos e contra-pesos. Sendo assim, se todos os Administradores ficarem do mesmo lado da balança (com os incentivos da renda variável) o desequilíbrio trará um inevitável aumento de risco.
ResponderExcluirUm forte abraço,
Renato Chaves
O link para o artigo citado pelo Rodolfo já está no final da página.
ResponderExcluirAbraços a todos,
Renato Chaves
Renato, compartilho da sua opinião, apenas fiquei curioso para saber quais são os argumentos que eles dão para defender a remuneração variável ao Conselho de Administração, além do "alinhamento de interesses".
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