É carnaval: às favas com a transparência, o que vale é a aparência.

Caros leitores, a agitação do carnaval está chegando, uma espécie de aquecimento para a temporada de assembleias. E assim como os foliões usam fantasias para caprichar na aparência e "enganar" desavisados, algumas empresas abusam dos adereços para tripudiar com a transparência e enganar investidores. Como "aquelas" que utilizam a famigerada liminar do desafinado "bloco da HP12C” (a turma boa de finanças) que joga a transparência na sarjeta e afronta a CVM. A caixa (ou tarol), utilizada para dar ritmo ao samba, no mercado de capitais vira "caixa preta" e serve para esconder informações dos investidores.
Mas eis que do lugar mais improvável, assim como os blocos de carnaval de rua na Vila Madalena e grupo de samba no Japão, surge um alento com notícias vindas do hemisfério norte: parece que os investidores estrangeiros formarão um verdadeiro "bloco do não" para votar contra as propostas de remuneração global de Administradores em todas as empresas que usam a grotesca fantasia da liminar para esconder aquilo que tem vergonha de mostrar. A conferir.

E os investidores institucionais nacionais, como votarão? Os fundos de pensão vão "falar grosso" e colocar o bloco na rua ou vão atravessar o samba? E os gestores de fundos de investimentos das instituições financeiras vão votar contra, mesmo que a empresa tenha forte relacionamento com o banco comercial? Ou vão partir para a abstenção, no estilo "bloco concentra, mas não sai"?

Será que os nobres executivos tupiniquins teriam a coragem de afrontar a poderosa SEC, correndo o risco de não poder usufruir das suas mansões e das compras com as perfumadas patroas em Miami.
Abraços a todos, boa folia para quem gosta da folia e bom relaxamento para quem gosta da paz das montanhas,
Renato Chaves

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